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Alagoas - Terra da Liberdade?


As condições de produção da adoção do slogan Alagoas, Terra da Liberdade ocorreu inicialmente em novembro de 2000 visando o desenvolvimento do turismo histórico no Estado, por ocasião das comemorações alusivas ao Dia da Consciência Negra, quando estavam presentes autoridades internacionais, empresários, investidores de turismo e diversos turistas, buscando-se estabelecer parcerias na tentativa de captação de recursos para a implementação do projeto Memorial Zumbi, hoje conhecido como Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
O que chamamos de contexto imediato teve como interlocutor o governo estadual da época, cujo discurso institucionalizou-se na fala do gestor Ronaldo Lessa, dirigido ao setor turístico com o propósito de desenvolvimento do mesmo por meio de propaganda e intensivo marketing específicos. Vale ressaltar que a legitimação do discurso ocorreu mediante a autoridade do gestor representando um grupo político e econômico bem específico.
Para melhor entendimento desse contexto é necessário conhecer as condições históricas que tiveram como contexto amplo a tentativa de associar a histórica busca da liberdade pertinente aos integrantes do Quilombo dos Palmares, com a intencionalidade que circundava a busca da liberdade pelo governo da época.
O uso do slogan pelo governo surgiu a partir de outro pré-construído, pois uma outra divulgação era utilizada pelo município de União dos Palmares desde meados da década de 80, com o slogam União dos Palmares, Terra da Liberdade propagado nos discursos de autoridades e políticos palmarinos da época. Portanto, inicialmente ocorre a repetição do termo Terra da Liberdade, mas não do sentido por apresentar a posição ideológica de deslocamento geográfico atribuído ao sentido de terra, ampliando-o para todo o estado alagoano devido ao fato histórico do Quilombo dos Palmares.
Contudo, após as festividades relativas ao Dia da Consciência Negra, o slogan permeneceu, mas o uso da palavra liberdade assumiu novo sentido constituindo-se como novo discurso, ao referir-se à libertação do Estado da supremacia política das "famílias tradicionais" através de campanhas pelo pseudo-compromisso com a cidadania.
Na formação ideológica do discurso é evidente que o uso da palavra liberdade deu-se sob a ótica do capital e não sob a ótica dos movimentos sociais, que associam a liberdade a igualdade de condições e oportunidades, uma vez que há elevados índices de desigualdades sociais em nosso Estado. A ideologia desse discurso buscou mascarar tal realidade, dando sustentabilidade a um novo grupo político, propondo a ressignificação do cenário político por meio do deslocamento do poder, de uma eleite tradicional para uma elite política revestida de um discurso pautado na falácia do "desenvolvimento econômico e social".

Educação brasileira: problemas, desafios e perspectivas



O modelo neoliberal capitalista tem gerado e acentuado as desigualdades sociais promovendo uma crescente exclusão social de grande parcela da sociedade, cujo setor da economia, caracterizado por um perfil modernizador, interage com amplos setores da sociedade onde os sujeitos encontram-se em um acentuado processo de marginalização.
Este modelo tem fomentado a política de "Estado mínimo", acentuando a condição de dominação e exclusão de amplos segmentos da população, evidenciando dificuldades em garantir o efetivo direito à educação de qualidade "para todos", seja pela dificuldade de acesso à escola ou pelo fracasso escolar dos desfavorecidos e marginalizados economicamente, dos precocimente inseridos no mundo do trabalho, das populações indígenas, dos portadores de necessidades educativas especiais. Vale ressaltar que as problemáticas que circundam o universo educacional tem sua cerne na injusta distribuição de renda e falta de compromisso das políticas governamentais.
A história da educação brasileira traz em seu bojo a influência de diversificadas concepções de filosofia educacional que apresenta diferentes concepções pedagógicas, conservadoras ou progressistas. Atualmente constata-se uma filosofia pautada no reconhecimento e valorização do multiculturalismo, bem como a necessidade de imersão na cultura da tecnologia da informação, respaldados pela legislação que preconiza o respeito às diferenças, um currículo crítico, a autonomia dos sujeitos, a permanência de programas de educação à distância, democratização de tecnologia educacional, ainda em lento desenvolvimento, fazendo-se necessário maior articulação da sistema educacional com os sistemas da informação e comunicação.
Nesse contexto a educação brasileira se depara com uma série de desafios, os quais a impede de desempenhar com eficácia o seu papel, dentre eles destaco: a otimização das verbas destinadas à educação, definição de políticas educacionais de longo e médio prazo, com garantias de manutenção, a inserção de educadore e educandos à era tecnológica, a atualização dos educadores , a integração do saber universal ao universo regional sem descaracterizar as especificidades, a garantia do acesso e permanência do educando na escola, pois apesar do aumento do número de matrículas apresentado por órgãos oficiais, constata-se altos índices de evasão e repetência que provoca o aumento da distorção idade-série.
Faz-se necessário portanto, que a sociedade brasileira conheça e discuta essas problemáticas, e apresente formas de organização capazes de melhorar a qualidade da educação apresentada a população, aliada a uma proposta educacional que tenha em vista a qualidade da formação oferecida aos educadores e educandos. Caberá ao sistema educacional viabilizar práticas educativas adequadas às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira, que considere os interesses, necessidade e motivações da grante parte da população, e que garantam as aprendizagens essenciais ao exercício da cidadania.